Quíron: regente de Sagitário ou de Virgem? Ou... do eixo Virgem/Peixes?





SEU LIVRO DE VIDA

Quase tudo o que você quer saber
 sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward


Capítulo 14

Quíron,
Curador Ferido e 
Mestre dos mestres,
Ponte entre os Luminares e Planetas Pessoais e Sociais .... 
e os Planetas Transpessoais
e seus Ciclos

Quíron:
 regente de Sagitário ou de Virgem?
Ou... do eixo Virgem/Peixes?

janine milward


O mito de Quíron nos diz que ele teria ido ao mundo dos ínferos, Hades, após ter deixado de ser imortal, porém logo depois foi levado aos céus, sendo colocado na constelação de Sagitário.  Outros mitos nos dizem que a constelação foi a do Centauro.  É interessante também sabermos que sua filha, Thea, profetisa, foi também colocada no céu através a figura de um cavalo, Pegasus, o cavalo alado.

Existem em Quíron várias questões discordantes entre si.  E uma delas, talvez a mais importante, é que a maioria dos astrólogos não reconhece o arquétipo de Quíron como algo relevante a ser lido e interpretado dentro do mapa astral.  Porém, com o tempo, eu penso que mais e mais astrólogos estarão acordando para o preenchimento de um certo vazio dentro do mapa astral - caso a leitura sobre Quíron e seu arquétipo colhendo tantas possibilidades, quase sempre fundamentadas na dor...  não aconteça.  Muitos astrólogos ficam, a meu ver, enredados entre Saturno e Urano, tentando através desses arquétipos, explicar muitas das questões que são explicadas realmente através a figura arquétipica de Quíron.  A verdade é que Saturno nos aponta para o recrudescimento da dor, sim, e nossas ações conseqüentes em termos de bem resgatarmos Karmas e Samskaras trazidos de vivências anteriores acumuladas e demonstradas em nosso Risco do Bordado.  E a verdade é que Urano nos aponta para o recrudescimento da dor, sim, no sentido de podermos senti-la como os cortes guilhotinais que nos acontecem em nossa vida, as cortinas que se abrem antes do Ato começar a acontecer ou que se fecham antes do Ato terminar.  Mas a grande verdade é que a dor em si, a dor, a dor, é um arquétipo quironiano.

E certamente, iremos encontrar algumas outras discordâncias em termos de qual signo acolheria de forma mais adequada a regência de Quíron.  Primeiramente, foi o signo de Sagitário que se colocou como o pretendente mais apropriado.  Será?  Talvez seja pela fato de que Quíron pode ser a possível figura representativa da constelação e do signo do Sagitário.  Porém, a meu ver, Júpiter é tão perfeito para reger o Sagitário, não é verdade?

É certo que Quíron é um arquétipo que traz em si mesmo um imenso cabedal de conhecimentos e de sabedoria.  E isso o aproxima intensamente do signo de Sagitário, sem dúvida alguma. Poderemos até dizer que Quíron poderia ser entronizado como o bom co-regente do signo de Sagitário.  Aliás, o Monte Pélion, onde Quíron morava, ficava a oeste - o lugar do por do sol -, e ao lado do Monte Olimpo, que ficava ao leste - o lugar do nascer do sol.  Júpiter tem uma conotação intensamente esplendorosa, enquanto Quíron é bem humilde, não gosta muito de aparecer... 

A meu ver - e é também a opinião de meia dúzia de astrólogos -, o signo a ser regido por Quíron é o signo de Virgem.  E por que digo isso?  Porque Quíron, em primeiro lugar, por ser um centauro, tem metade de seu corpo voltada para seu lado mais primitivo, digamos assim, seu lado animal, e tem a outra metade voltada para seu lado mais elaborado, digamos assim, seu lado humano.  Essa bipartição já nos traz uma conotação do hemisfério da mandala astrológico composto pelas Casas de Um a Seis que acolhe o lado animal, mais primitivo, elaborando-se para se tornar humano.  E a composição das Casas Sete a Doze estaria acolhendo o lado humano, mais elaborado, elevando-se à condição de semideus e de deus.  Sabemos que as Casas de Um à Seis nos falam de nosso Eu Sou em termos de sua elaboração de pessoalidade e de identidade pessoal e que as Casas de Sete à Doze nos falam de nosso Nós Somos, de nosso Encontro com nosso Outro e de nossa vivência com nosso Outro, em termos de nossa elaboração de coletividade e de identidade social e planetária e universalizada e transcendente.

A Casa Seis e Virgem são os arquétipos que nos preparam de forma que possamos fusionar nosso Eu Sou inteiramente completo em nossa pessoalidade e em nossa identidade pessoal com nosso Outro, com a coletividade e a identidade social e planetária.  E a Casa Doze e Peixes - opostos e complementares à Casa Seis e a Virgem - estariam atuando como o fusionamento do nosso Eu Sou inteiramente completo em nossa coletividade e em nossa identidade social e planetária!  E a verdade é que viemos vendo Quíron como o arquétipo que faz a ponte entre a realidade pessoal e a identidade pessoal de cada um de nós com nossa realidade planetária e nossa identidade social e universalizada.

Quíron vem nos falar sempre acerca do Trabalho e sabemos que a Terra é, antes de mais nada, uma Estação de Trabalho.  E Quíron vem nos falar sempre acerca dos Caminhos da Iluminação e da Liberação ou Imortalidade e sabemos que a Terra é uma Estação de Iluminação - por ser um Planeta com plenitude de materialização e Luz é matéria e a Iluminação e posterior Liberação ou Imortalidade somente podem acontecer em um Planeta de encarnação plena, como nossa Mãe-Gaia, por exemplo.

É certo que, dentro do sentido acima exposto acerca da regência de Quíron para a Casa Seis e para o signo de Virgem, vamos ver esses dois arquétipos de forma bem mais transcendente do que a Casa Seis e o signo de Virgem que vemos dentro de suas regências naturais e correlatas do Planeta Mercúrio.  É certo também que Mercúrio se bem encaixa dentro do signo de Virgem pois que traz para si outras virtudes que não são encontradas quando de sua regência para o signo de Gêmeos e a natural e correlata Casa Três!  Em Virgem, Mercúrio usa a mente não somente da forma racional e lógica e pessoal que consegue obter em Gêmeos mas também a usa de forma analítica e pragmática e ordeira e progressiva e prática e bem aterrada, trabalhadora e discriminadora ao extremo.

Poderíamos então dizer - e é assim que eu funciono dentro de minha leitura  e interpretação do mapa astral dos Caminhantes que chegam até a mim -, que Mercúrio estaria regendo uma parte mais terrena (se é que podemos assim nos expressar) dentro do signo de Virgem; e que Quíron estaria regendo uma parte mais celeste (se é que podemos assim nos expressar) dentro do signo de Virgem.  A verdade é que, dependendo daquilo que eu sinto como índole essencial do Caminhante que chega até a mim, eu lerei o signo de Virgem sendo regido por Mercúrio ou por Quíron - e, às vezes, por ambos, fundamentalmente quando se trata do signo de Virgem aparecendo como Vagões ou como Locomotiva e que precisaremos encontrar seu Passageiro do Tempo ou seu Motorneiro.  Quando eu sinto que a pessoa vê a vida de forma menos aprofundada e mais factual, digamos assim, eu me volto mais para a leitura de Mercúrio.  Quando eu sinto que a pessoa está em busca de seu caminho, de sua senda, do seu auto-conhecimento e de sua cura em vários níveis, eu me volto mais para a leitura de Quíron.  Da mesma forma, existem momentos em que vivenciamos mais nitidamente Mercúrio como regente de Virgem e da correlata e natural Casa Seis, e existem outros momentos em que vivenciamos mais nitidamente Quíron atuando nesse sentido.

Mas não podemos nos esquecer que Quíron é também um arquétipo que vem encarnar o pragmatismo, sem dúvida alguma.  Sempre que tutelava seus discípulos ou que curava aqueles que o procuravam em seu Quironion, a todos ele atendia de forma inteiramente pragmática, a todos ele ensinava o pragmatismo de todas as suas lições, suas variadas lições em suas variadas matérias!  Em Quíron, sempre tudo tem que oferecer a cada um de nós as questões mais pragmatizadas possíveis para que possamos bem realizarmos e cumprirmos nossas missões pessoais e individuais dentro do Planeta Terra: é o nosso Trabalho do dia-a-dia, são os cuidados com nosso corpo físico e os demais corpos que nos acompanham em nossa jornada de vida.

O signo de Virgem e a Casa Seis, correlata e natural, são voltados para o discipulado.  Sendo assim, teremos em Quíron tanto o arquétipo em nós mesmos enquanto discípulos como também esse mesmo arquétipo enquanto mestres.  O que faz a diferença nessa questão é nossa consciência e nosso livre-arbítrio atuante a partir da expansão de nossa consciência quando de nosso tempo de Segundo Ato de Vida, conforme já comentamos anteriormente.

Eu vejo a Casa Seis e o signo de Virgem como a síntese mais completa da palavra Trabalho - dentro da premissa de que a Terra é um Planeta de Trabalho.  Cada um de nós tem sua própria e especial tarefa a realizar e a trocar uns com os outros.  E vejo que o arquétipo quironiano se encaixa absolutamente perfeito dentro desse contexto.

Eu vejo a Casa Doze e o signo de Peixes como a síntese mais completa da palavra Iluminação e Liberação ou Imortalidade - dentro da premissa de que a Terra é um Planeta de Iluminação e de posterior Liberação ou Imortalidade.  E vejo o arquétipo quironiano se encaixando absolutamente perfeito dentro do contexto de atuar como a ponte para seus discípulos e os Caminhantes que o procuravam alcançarem não somente a consciência acerca de seus Trabalhos mas também se colocarem a Caminho da Iluminação!

A verdade é que o arquétipo quironiano se encaixa muitíssimo bem dentro do eixo Virgem/Peixes, Casa Seis e Casa Doze, pelo fato de que essa polaridade nos aponta para nossa possível proficiência em nosso Eu Sou pessoal e em nosso Eu Sou social e planetário e universal e transcendente.  Quando os Caminhantes chegavam até Quíron, eram simples criaturas e ao saírem do Quironian eram seres sabedores de seus Trabalhos e já a caminho de suas realizações pessoais e sociais e planetárias.  Hércules, por exemplo, é a própria figura daquele que realiza seus Doze Trabalhos, ou seja, cumpre rigorosamente com todos os arquétipos das Doze Casas astrológicas, cumpre com os desígnios que sua Alma tinha lhe colocado quando do tecimento de seu Risco do Bordado.
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Nesse ponto, eu gostaria de deixar um espaço aberto também para você, caro aluno de Amigos das Estrelas, para que você mesmo possa vir a sentir e a identificar a regência de Quíron, sim?

Uma verdade é: em termos dos asteróides existentes entre Marte e Júpiter, por exemplo, por mais que realmente encontremos lugares adequados para suas regências - como Juno e Pallas para Libra, a primeira em termos do casamento e das associações e a segunda em termos da luta pela justiça e pela equanimidade sociais; como Ceres, que muitos astrólogos teimam em querer posiciona-la como regente do signo de Virgem; como Vesta que é tão parecida com o signo de Peixes, não é verdade?...... -, sempre veremos que alguns conceitos ou arquétipos dos Signos se adequam aos asteróides, sim, porém não todos os conceitos ou arquétipos.

No caso de Quíron, existe a opinião entre vários astrólogos - e bons astrólogos, sem dúvida alguma -, que Quíron é como se fosse um asteróide, ou seja, possui sua grande importância porém não tanta que o leve a assumir a regência de um signo inteiro, em conceitos e em arquétipos, como um todo.

Eu deixo, então, para você, caro Amigo das Estrelas, que vá fazendo suas pesquisas, suas escolhas, suas práticas - tanto com você mesmo, em sua vida e estruturado em seu Risco do Bordado como também de seus clientes e pacientes e pessoas os quais você lida astrologicamente... e consiga chegar às suas próprias conclusões.

Last but not least, é preciso que se diga que ultimamente tem havido alguns descobrimentos de possíveis planetóides transplutonianos - e certamente alguns deles estarão concorrendo por regências de signos.  Sedna, por exemplo, tem sido classificado como bom regente para o signo de Libra.  Pessoalmente, eu ainda não me aprofundei no estudo e na pesquisa e na experienciação prática dentro do meu trabalho com esse planetóide recentemente descoberto e portanto, não tenho como dizer algo sobre o mesmo.  E você bem sabe, caro Amigo das Estrelas, eu acarinho a idéia da descoberta física daquele arquétipo que eu denomino de Ísis, a guardiã dos segredos do conhecimento - possivelmente se encaixando ou em Virgem ou em Libra, a meu ver.

Porém, eu penso que para realmente podermos inserir um novo arquétipo dentro da regência de alguns signos que os astrólogos sentem carentes de boa regência hoje em dia... - assim como Virgem e Libra, por exemplo -, algo de novo tem que realmente acontecer dentro do mundo físico fusionado ao mundo metafísico e tudo isso ser atrelado ao nosso inconsciente fusionado ao nosso consciente de forma que possamos realmente nos conscientizar dessa nova energia e a atuarmos verdadeiramente!


O que é muito interessante dentro do mundo do arquétipo quironiano - em retornando ao nosso tema inicial -, é que Quíron era um ser extremamente pragmático!  Tudo aquilo que poderia advir do mundo da não-manifestação deveria encontrar sua contraparte dentro do mundo da manifestação: isso era o ponto inicial da postura quironiana e é isso também que viemos herdando do arquétipo do mestre dos mestres e do curador ferido.  E por isso mesmo, eu penso que sua regência para o signo de Virgem é realmente satisfatória, a meu ver. 

Com um abraço estrelado,
Janine Milward

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
E o Tao se orienta por sua própria natureza

Lao Tse


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