SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 14
Quíron,
Curador Ferido e
Mestre dos mestres,
Ponte entre os Luminares e Planetas Pessoais e Sociais ....
e os Planetas Transpessoais
e seus Ciclos
Mestre dos mestres,
Ponte entre os Luminares e Planetas Pessoais e Sociais ....
e os Planetas Transpessoais
e seus Ciclos
A Importância da Astrologia nos Processos Terapêuticos
parte I
Breves Conceitos sobre a Astrologia (não incluído nesse trabalho)
Aos
amigos das Estrelas:
O texto a
seguir - A Importância da Astrologia nos Processos Terapêuticos - é extraído da
Revista de Cultura Vozes - Ano 84 - Volume 84 - Setembro/outubro de 1990 - no.
5 - ENERGIA E CURA - contendo artigos de vários autores, entre eles, Janine
Milward. O texto abaixo não está em sua
íntegra, contendo apenas as partes segunda e terceira, não contendo a parte
primeira, Breves Conceitos sobre a Astrologia.
Gostaria
também de dizer que antes dessa publicação, eu havia sido convidada por um
grupo formado por psicoterapêutas e um teólogo, para compor o mapa astral natal
de cada um de seus componentes e realizar pequena leitura grupalmente e também
buscar pelas características em comum dos participantes do grupo e
fundamentalmente, trazer um nome ao grupo!
Esse trabalho foi sendo realizando em uma sessão semanal ao longo de um
ou dois meses, até que finalmente minha sugestão do nome Quíron para o grupo
foi por todos aceita! E também foi minha
sugestão que o grupo fizesse uma revista ou um livro, algo assim, através do
qual os profissionais pudessem relatar sobre seus trabalhos e fui convidada a
também fazer parte dessa publicação, o que muito me honrou.
A
Descoberta do Asteróide Quíron
e o Mito do Mestre-Curador
janine milward
Desde a descoberta de Urano, em 1781,
vários asteróides foram também identificados, dentre eles Juno, Vesta, Ceres,
Pallas, etc., todos gravitando ao longo do cinturão de asteróides formado entre
os Planetas Marte e Júpiter. Obviamente,
esses asteróides também são interpretados à luz da metafísica, pela
astrologia. No entanto, mais
recentemente, aconteceu a descoberta de um novo asteróide que vem, pouco a
pouco, movimentando polemicamente os mundos da astronomia e da astrologia.
Em novembro de 1977, o astrônomo
Charles Kowal, do Observatório Lowell, EUA, descobriu e catalogou um asteróide
e o denominou 2060 Quiron. Kowal estimou
seu brilho entre 60 e 200
milhas de diâmetro e uma órbita em torno do sol a uma
distância, naquele momento da descoberta, de 1.3 bilhões de milhas. Kowal também descobriu que Quíron fazia uma
órbita elíptica dentro da órbita de Saturno e dentro da órbita de Urano, da
mesma forma. Quíron cumpre uma
trajetória de 50.7 anos em torno do Sol e vem viajando em direção à sua
passagem pelo periélio (a menor distância do Sol), que acontecerá em 1996
(NOTA: esse texto foi escrito no ano de 1990).
A partir de 1980, os astrônomos
observaram que Quíron, de repente, aparecia bem mais brilhante, aparentemente
se transformando de asteróide em um cometa.
A partir de quarenta ou cinqüenta anos atrás, os astrônomos começaram a
verificar similaridades entre as órbitas dos cometas e asteróides. Também a composição da superfície de Quíron
parece ser escura, à semelhança dos asteróides ricos em carbono, característica
de outros asteróides remotos. Isso leva
os cientistas a se perguntarem como poderia um objeto aparentemente nativo de
um cinturão de asteróides distante terminar numa órbita entre Saturno e Urano? Ao mesmo tempo, como pode um asteróide
demonstrar visível refletividade e aumento de brilho? Dados recentes vêm demonstrando que Quíron,
na verdade, começou a brilhar ainda mais fortemente em meados de 19787,
atingindo um clímax em 1989 e começando novamente a desaparecer desde
então. Os astrônomos começam a suspeitar
que esse brilho anormal possa ser o indício
da explosão de um cometa. No
entanto, em razão de sua distância do sol, seria muito difícil para um cometa
mostrar qualquer atividade. Seria
possível que Quíron pudesse se comportar como um cometa, naquela distância, bem
além de Saturno? Nesse caso, ele seria
10 ou 100 vezes maior que qualquer outro cometa e caminharia em alta
velocidade. Na época de sua descoberta,
Quíron também se mostrava intensamente brilhante, o que poderia significar que
explodira a uma distância maior do Sol que qualquer outro cometa. Existe uma teoria que diz que Quíron talvez
nunca tenha passado muito tempo perto do Sol.
Ele pode ter sido um corpo mantido desde os primórdios do sistema solar
no grande reservatório de cometas além de Plutão, um núcleo denominado de Nuvem
de Oorth. Cálculos também demonstram que Quíron vem se aproximando de Saturno
há milhares de anos e vem exercendo a sua presente órbita entre Saturno e Urano
a algumas dezenas de milhares de anos.
Eventualmente, haverá um encontro de menor distância com Saturno que
deverá novamente alterar sua órbita, embora ainda não seja possível calcular
com exatidão qual órbita seguirá Quíron após seu encontro com Saturno, se ele
será jogado para as profundezas das Nuvens de Oorth, ou se será lançado em
direção ao nosso Sol, tornando-se então o cometa mais espetacular jamais visto
até agora.
Na mitologia, o mito de Quíron é
descrito de várias maneiras, como sempre acontece nas tradições verbais que
atravessam milênios e culturas. Saturno,
tentando escapar da vigilância de sua mulher, Rheia, transformou-se em um
cavalo para aproximar-se da ninfa Filira. Filira engravidou e fugiu da furiosa
Rheia, escondendo-se numa ilha do mar Egeu para ter seu filho.
Quando Quíron nasceu, sua mãe caiu em
desespero, porque diante de si tinha uma criança metade cavalo, metade homem e
pediu aos deuses que tivessem pena dela.
Júpiter, condoído pela dor da mãe, transformou-a na árvore da tília e
levou a criança para ser adotada por Apolo e Athena. Apolo ensinou ao centauro todas as artes,
ciências, divinações e sabedoria superior.
Athena ensinou-lhe a reconhecer a luz da razão.
Quíron casou-se com Charicles e teve
uma filha chamada Thea, uma profetisa.
Quíron foi morar em uma caverna no Monte Pélion - a oeste do Monte
Olimpo -, onde fundou o Quironion, um tempo de cura e auto-conhecimento. Era um grande astrólogo e mestre, excelente
em caça, medicina, música, ginástica, guerra, rituais religiosos, ética e
ervas. Seu prestígio era tanto que os
reis confiavam seus filhos para serem educados em tudo o que precisavam saber
para se tornarem líderes de seus povos.
Quíron teve vários alunos, entre eles
Jasão, a quem ensinou a ler as estrelas para poder melhor ser guiado por elas
em sua procura pelo Velocino de Ouro , e este mais tarde lhe confiaria seu
próprio filho, Aquiles, em sua tenra infância.
Quíron alimentou Aquiles com uma dieta concentrada de carne e mel para
tornar a criança corajosa e também ensinou-lhe a cítara.
Um dos mais famosos discípulos de
Quíron foi Esculápio, que era filho de Apolo e tinha sido levado ao Monte
Pélion ainda nenén para ser instruído nas artes da medicina. Na verdade, Esculápio tornou-se tão talentoso
na cirurgia e no uso de drogas medicinais que é reverenciado como o fundados da
medicina.
Existe uma tendência hoje em dia para
designar várias palavras associadas às mãos, com Quíron, como: quiral -
polarização da luz de uma mão para a outra; quiromancia - leitura das mãos;
quirotesia - energia das mãos durante os ritos sagrados; quirotonia - bênção
com as mãos; quiroprática - cura das juntas e dos ossos através da manipulação;
quirurgia - palavra antiga para designar cirurgia; quirografia - arte de
escrever.
Como vimos, Quíron era respeitado na
antiguidade como o grande mestre e curador.
No entanto, ouve um momento em sua vida, quando num acidente foi ferido
por uma flecha envenenada, atirada por seu amigo e também discípulo, Hercules.
A partir de então, Quíron passou a sofrer dores terríveis e mesmo todo o seu
conhecimento de medicina e ervas curativas mostrou-se sem efeito diante do seu
próprio ferimento. A partir desse
instante, Quíron se tornaria então o curador que curava as feridas dos outros
porque conhecia a dor de sua própria ferida, sem cura nem fim, porque, sendo
filho de Saturno, era imortal.
Muito tempo se passou até que um dia
Hercules, que se encontrava entre seu décimo primeiro e décimo segundo
trabalhos, viu Prometeu acorrentado a uma pedra, tendo seu fígado comido por um
corvo diariamente. Prometeu sofria esse
penoso castigo porque um dia ousara roubar o fogo dos deuses e oferta-los aos
homens. Hercules pediu a Júpiter para
libertar Prometeu de seu castigo, pedido esse considerado longamente pelo deus
do Olimpo que finalmente decidiu libertar Prometeu caso algum imortal fosse
voluntariamente para o reino dos ínferos.
Quíron pôde então conhecer a morte em
sua descida para o mundo de Plutão, livre da dor eterna de sua ferida nunca
cicatrizada. Porém, nove dias após a sua
morte, sua imagem foi novamente imortalizada por Júpiter, que o recolocou nos
céus, na constelação do Centauro.
(Outros mitos dizem que Quíron formou a constelação do Sagitário).
O mito de Quíron nos parece estar
sempre ligado às questões de vida e morte, no sentido simbólico de ambos os
termos. Vida e morte são partes de um
grande processo eterno de renascimento, mutação e transformação. Saturno transformou-se em um cavalo para
engravidar Filira. A própria gravidez em
si é também um fator de transformação, quando o sêmen masculino encontra-se com
o óvulo feminino e ambos fundem-se entre si, morrendo para dar lugar a uma nova
vida. Filira, quando descobre que deu a
luz a um ser metade homem, metade cavalo, ou seja, que seu filho teria nascido
com suas duas outras metades transformadas, desesperou-se e pediu aos deuses
que lhes trouxessem a morte. Atendendo
ao seu pedido, Júpiter transformou-a na árvore da tília. Portanto, podemos concluir que Quíron foi
gerado de um pai transformado e que, após o seu nascimento, sua mãe também
sofreu um processo de transformação.
Através seu mito, restamos a idéia da criança rejeitada, preterida,
trazendo em si mesma a dualidade dos processos de transformação. Os relatos da vida de Quíron nos contam que
ele era considerado o rei dos centauros, e ao mesmo tempo, diferenciado deles
por ser respeitado e reverenciado pelos deuses, semideuses e heróis pelo seu
lado humano, de sabedoria, mestria e cura.
No entanto, seu lado animal também fazia parte fundamental de sua
sabedoria, mestria e cura, porque significava fazer uso de sues instintos
naturais, conhecer como um animal conhece, as leis primitivas da natureza, e
agir, como um animal age, de acordo com as leis e desígnios dôo Planeta onde se
está fisicamente materializado. O mito
de Quíron representa a necessidade imperiosa de todos os homens buscarem dentro
de si mesmos os seus lados animal, instintivo, bem como humano, em busca de sua
espiritualidade.
O mito da dor sofrida por Quíron também
não pode ser visto apenas por sua ferida que nunca pôde ser curado. Sua dor provinha, primeiramente, da rejeição
parental sofrida por ele desde antes o seu nascimento, por seu pai, e quando do seu nascimento, por sua mãe. E certamente não podemos nos esquecer que o
fato de ter sido um centauro muitíssimo bem educado por Apolo e por Minerva,
era inteiramente diferenciado dos demais centauros, todos bem ignorantes... Em
função disso, Quíron descobriu em si mesmo sua motivação de vida como um ser
sozinho no mundo, apesar de ter sido gerado por um deus e por uma ninfa e
também apesar de ter se casado e ter tido uma filha. E, ao tornar-se tutor de semideuses e heróis,
assim o fez no sentido de encaminhar esses seres em direção às suas próprias
missões de vida, ao conhecimento de seus si mesmos, desde que o processo de
individuação significa reconhecer-se a si mesmo no mundo, independente de pai e
mãe e tornar-se quem se é, seguindo em frente.
Os alunos de Quíron se acercaram dele para se descobrirem e conhecerem
seus destinos, ou seja, para que Quíron pudesse mostrar-lhes a forma pragmática
e terrena de desempenhar os seus potenciais divinos.
O desejo de morte de Quíron também pode ser entendido como um desejo de
transformação mais enfática de sua realidade.
Alguns autores comentam que Quíron tinha todo o potencial de sua própria
cura em suas próprias mãos, curador que era, certamente conhecia a erva e o
tratamento adequados para curar sua ferida.
Talvez já estivesse se sentindo um pouco cansado de sua imortalidade que
o acorrentava à Terra e ao seu corpo dual, principalmente de seu lado cavalo
que o acorrentava ao mundo dos homens, e desejou a morte através da
transformação de seu estado humano que atinge sua máxima espiritualidade em
mais um processo de mutação que o fez tornar-se apenas um arquétipo no
inconsciente coletivo da humanidade, indo habitar a constelação do Centauro,
nos céus - ou do Sagitário, onde aponta para o ponto que nos leva a caminho em
direção ao centro da Galáxia.
Em novembro de 1977, o mito de Quíron
aparece de novo nos céus, desta vez através a figura física de um asteróide ou
cometa - ou um Planeta Menor.
Sincronicamente, toda a vez que um planeta é descoberto, sua energia
arquetípica se manifesta sobre a Terra e, em conseqüência, sobre todos os
seres, na natureza. Nosso Planeta vem
sofrendo grandes transformações sociais e espirituais, entre outras, desde a
aparição de Urano, em 1781. urano,
arquetipicamente, simboliza o rompimento com padrões antigos e já superados, o
desperta para o novo e para o futuro, o uso mais avançado da mente, a visão de
que sempre existe algo além daquilo que é considerado como limite, o insight -a
visão interior, o clarão da compreensão dos processos de interação do Yin e do
Yang.
A possibilidade oferecida à humanidade
de acreditar que existe “algo mais entre o céu e a terra”, simbolizada por
Urano, abriu as portas para a recepção da energia de Netuno, que pode ser
entendida como a grande espiritualidade sendo espargida sobre nosso chacra
coronário, uma grande imersão em todas as dimensões cósmicas e
transcendentais. A abertura dos homens
para o uso do mental superior e para a recepção das energias cósmicas
transcendentais, proporcionou a aparição de Plutão, que traz em si a semente da
profunda transformação a que toda a humanidade deverá passar a fim de se
preparar para a nova era que se aproxima, a Era de Aquário.
Quíron, com seu desejo de vida e morte
imortalizado em seu corpo metade homem metade deus, vem atuar arquetipicamente
como ponte ligando primeiramente o visível ao invisível, ligação essa
demonstrada pela sua órbita em torno do Sol acontecendo entre Saturno e Urano;
Saturno, do limite visível, e Urano, do além-do-visível, aquele que somente
pode ser visto através das lentes do telescópio. Saturno, por ser o último planeta podendo ser
observado a ollho nu, arquetipicamente significa todas as estruturas sólidas e materializadas e perenes
que devemos construir em nossas vidas na Terra.
Urano, o primeiro dos planetas que somente podem ser observados através
aparelhos, vem arquetipicamente representar a extrapolação das estruturas
obsoletas, e da visão e compreensão infinitamente mais avançadas do homem. Quíron, em seu papel de ponte, vem ligar o
homem a Deus, a Terra aos céus, o consciente ao inconsciente, o Yin ao Yang.
Podemos observar que, nos últimos anos,
vem aumentando consideravelmente o interesse das pessoas na busca do
desconhecido, do auto-conhecimento, de uma maior espiritualidade, de uma maior
fusão entre o céu e a Terra. Quíron, sem
dúvida alguma, é o mito simbolizador dessa procura pois vem ativando no
inconsciente dos homens o interesse pela cura holística, pelo retorno às artes
curativas e espirituais do passado, como o uso das ervas, das essências, dos
cristais, da energia curativa das mãos, da interação corpo e mente, da leitura
e interpretação dos arquétipos registrados em todos os seres através da
astrologia, do tarot, da quirologia e tantas outras artes psico-espirituais de
cura.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Llewellyn , Usa
Bibliografia:
Lantero, Erminie
The continuing Discovery of Chiron
Weiser, Usa
Clow, Barbara Hand
Chiron: Rainbow Bridge between the Inner and Outer Planets
Prediction Magazine
July 88
Link House , England
Astronomy Magazine
August 90
Kalmbach, Usa
O texto acima é extraído da Revista de Cultura Vozes - Ano 84 - Volume 84 - Setembro/outubro de 1990 - no. 5 - ENERGIA E CURA - contendo artigos de vários autores, entre eles, Janine Milward. O texto acima não está em sua íntegra, contendo apenas a parte segunda .